Designed by: Antunes, Ana.___Production team: others, the!
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Quem me dera ser criança!
Temos cá dentro uma procura constante de liberdade, lutamos mais ou menos para que isso aconteça, amamos, comemos, lutamos, queremos, desistimos, sempre com a mesma vontade, de sermos absolutamente livres, de nos conhecermos, de sermos capazes de mudar o que não gostamos, de dormir com quem queremos.
Quando somos crianças acreditamos que os nossos pais sabem exactamente o caminho que seguem, em cada cruzamento em direcção à praia, os nossos olhares só se preocupam com a paisagem, com o enorme potencial de brincadeiras que tem o então minúsculo banco traseiro da 4L, eles sim sabem o caminho, são capazes de o apontar, de o definir, de o recusar.
Agora descobrimos que eles afinal não sabiam o caminho, que ninguém sabe. E assim só me apetece voltar ao teatro onde tudo é possível. O teatro é a arte mais parecida com a vida, e é o único sítio onde posso voltar a ser criança. Ou será só a fingir e só na vida está a solução para o que tentamos conseguir no teatro. Não sabemos, mas queremos descobrir sem nunca chegar a saber.
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Nota técnica:Se o tema Criança
é de criação surgida
no estágio, correspondendo
ao final da encenação,
já o início no court
de ténis tem
como inspiração
o filme Blow-Up
de Michelangelo Antonioni
realizado em 1966
e premiado em
Cannes no
ano seguinte.
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